Da redação
A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (11), a Operação Alvará Final, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em estelionato eletrônico contra clientes de escritórios de advocacia na região de Cuiabá. Ao todo, estão sendo cumpridos 65 mandados, sendo 33 de busca e apreensão e 32 de prisão preventiva. Além disso, contas bancárias dos investigados foram bloqueadas.

A operação, que conta com o apoio da Polícia Civil do Ceará, é realizada nas cidades de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba (CE), e até o momento, 28 prisões foram cumpridas. As investigações começaram após advogados de Cuiabá procurarem a polícia para denunciar um esquema de golpes que afetava seus clientes.
De acordo com o delegado Vinícius Nazário, da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, os criminosos aplicavam golpes eletrônicos, inicialmente contra clientes de escritórios de advocacia na capital de Mato Grosso. No entanto, conforme as investigações avançaram, foram identificadas vítimas em várias outras cidades do Estado e até em outros estados, como Santa Catarina, Paraná e Goiás.
A quadrilha agia principalmente através de redes sociais e aplicativos de mensagem, como o WhatsApp. Os criminosos se passavam por advogados ou representantes de precatórios falsos e realizavam transações financeiras de valores obtidos de forma ilícita. Essas transações caracterizam, também, o crime de lavagem de dinheiro. Até o momento, foram registrados mais de 60 boletins de ocorrência relacionados a golpes praticados pela organização criminosa.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) solicitou o início das investigações, preocupada com a repercussão dos crimes, que comprometiam a confiança dos clientes na classe. O delegado Marcelo Torhacs, que iniciou as investigações, destacou que a operação busca, além de desarticular o esquema criminoso, valorizar os bons profissionais da advocacia.
A Operação Alvará Final mobilizou 150 policiais civis, sendo nove de Mato Grosso e 141 do Ceará. O trabalho continua na busca pela prisão dos envolvidos e pela recuperação dos valores desviados.