Da redação
Thiago Boava (PL), viúvo da deputada federal Amália Barros, confirmou sua pré-candidatura à Câmara Federal nas eleições de 2026. Em uma entrevista, Boava revelou que o convite para seguir esse caminho surgiu a partir de um incentivo pessoal de Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e de Michelle Bolsonaro, com quem mantém uma relação de proximidade. “Eles me incentivaram muito a continuar em Brasília e a dar continuidade ao trabalho que a Amália vinha fazendo. Disseram: ‘Por que você não se candidata em 2026?'”, relatou Thiago durante visita à sua base eleitoral.
Boava, que também é pecuarista, disse que sua decisão de entrar na política se dá, em parte, pela possibilidade de continuar o legado de sua esposa, falecida há sete meses, mas com um olhar voltado também às pautas do agronegócio. Ele acredita que, embora tenha um perfil distinto do de Amália, é possível unir as duas vertentes, dado o forte impacto que ela teve em causas sociais, especialmente as demandas das pessoas com deficiência (PCDs). “Eu sou pecuarista, meu pai é produtor rural. A minha visão será voltada para o agronegócio, mas também com foco social”, afirmou.
Thiago Boava é uma das apostas do PL para a Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. Além dele, o partido planeja lançar a reeleição dos atuais deputados federais Nelson Barbudo e Coronel Fernanda. O ex-deputado José Medeiros, por sua vez, quer concorrer ao Senado, enquanto Abilio Brunini deve renunciar ao seu mandato para assumir a Prefeitura de Cuiabá, com Rodrigo Da Zaeli assumindo seu posto na Câmara.
O pecuarista revelou ainda que, desde a morte de Amália, tem passado a maior parte do tempo em Brasília e, por isso, está vindo pouco a Mato Grosso devido à saudade da esposa. “Confesso que tem dias que eu oscilando nesse desejo de ser candidato, porque me remete a cada vez mais a ela. Eu fui à Câmara Federal recentemente receber um prêmio, e, até entrar lá, eu chorei porque lembrei dela”, desabafou Thiago.
Ao comentar a corrida ao Palácio Paiaguás, Thiago revelou que, para ele, o melhor nome atualmente seria o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que deve assumir o comando do estado em abril de 2026, caso o governador Mauro Mendes (União) renuncie para disputar o Senado. “Tenho uma relação muito boa com Otaviano. Ele tem uma visão empresarial e foi um ótimo vice-governador. Se ele for candidato, meu voto seria dele”, destacou.
Boava também fez questão de ressaltar que o governo de Mauro Mendes tem sido o melhor já realizado, embora reconheça que poderia ser ainda mais eficaz. “Estamos melhores do que antes, mas sempre podemos melhorar”, observou. A posição de Thiago Boava difere de uma ala bolsonarista que especula candidaturas ao governo do Estado em 2026. Dois nomes estão sendo cogitados: o senador Wellington Fagundes, que já se colocou à disposição do grupo, e o empresário Odilio Balbinotti, que está em negociação para filiar-se ao PL. Questionado sobre os dois nomes, Thiago disse não poder fazer comparações, pois não conhece Balbinotti, mas afirmou ter uma relação de carinho e gratidão com Fagundes, que foi o primeiro a convidar Amália para a vida pública.
Amália Barros, deputada federal pelo PL, faleceu em 12 de maio, aos 39 anos, após complicações decorrentes de uma cirurgia para retirada de um nódulo no pâncreas. Ela foi uma das grandes representantes da causa das pessoas com deficiência e da inclusão social, sendo lembrada por seu trabalho voltado ao bem-estar social e à acessibilidade.