Fonte: MSN
Você um dia imaginou que veria Mônica, Cascão, Magali, Cebolinha e Milena em sua versão adulta? Turma da Mônica – Origens chega para apresentar os icônicos personagens dos gibis criados por Maurício de Sousa na fase mais madura de suas vidas, interpretados por Louise Cardoso, Paulo Betti, Malu Valle, Daniel Dantas e Dhu Moraes, respectivamente.
Durante coletiva de imprensa, da qual o ESTRELANDO participou, o quinteto compartilhou detalhes sobre os ensaios e preparação para a série da Globoplay, além de contar quais são as semelhanças que compartilham com seus personagens.
– Eu lia [Turma da Mônica] quando era adolescente e Luluzinha quando era criança. Eu adorava uma pedra que tinha, que de vez enquanto tinha que contar a história e ela falava: Mas eu sou uma pedra. Adorava isso. Aí depois que me chamaram para fazer a Mônica, eu comecei a ler de novo e viciei legal. Meus amigos aqui do elenco são testemunhas, eu ficava lendo durante as gravações. É genial, disse a intérprete de Mônica.
– Eu acho que são personagens que ficaram icônicos. Por exemplo, eu adoro comer, sempre fui muito comilona, então tinha sempre essa comparação: Ah, ela é que nem a Magali. O mesmo quando a amiga era brava, e diziam. Cuidado que ela vai rodar o coelho. Ou quando a criança que não gosta de tomar banho e as pessoas brincavam: Ih parece o Cascão. Apesar de a minha infância também estar ligada mais em Luluzinha, na adolescência isso veio forte e acho que é uma coisa que permanece até hoje, adicionou a atriz que faz a Magali.
Fernanda Ross e Rocco Pitanga, que fazem a mãe e o pai de Milena na série, também participaram da conversa e ressaltou a importância da representatividade de ter a personagem como integrante da icônica turma.
– A Turma da Monica participou da minha vida, da minha adolescência, da minha infância. Então é muito louco fazer um personagem da Turma da Mônica que é o pai de uma das personagens, mais curioso ainda, que é a Milena. Muito curioso ter crescido lendo os gibis e hoje fazer esse personagem, completou Rocco Pitanga, declarou o ator.
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– Como a maioria aqui, eu lia muito a turma da Mônica, e na minha época não tinha Milena ainda. Uma vez, meu pai falou: Nossa filha, você fica lendo essas histórias que não tem família como a gente, que povo é esse? E eu só respondi: Deve ser de outro planeta né, pai? Eu não via o peso daquela pergunta e quando eu falei com ele, depois que cresci e entendi que o planeta era aqui mesmo, e contei que fui aprovada para fazer a mãe da Milena, foi muito bonito, ele falou: Você lembra quando eu te perguntei cadê a família preta dessa história e agora você é a mãe da Milena? Para mim foi muito especial fazer parte dessa história, que é tão importante ainda na nossa educação, tando de criança quanto de adultos. É muito legal fazer parte e apresentar essa inclusão, disse a atriz.
– Eu lembro muito de que, na escola, as provas tinham sempre ligação com alguma coisa da turma da Mônica e nas férias de janeiro eu esperava sair o Almanacão de férias da Turma da Mônica. Estava muito envolvida com a educação, a ludicidade e a brincadeira com esses personagens. […] É muito lindo participar disso, até hoje gosto de ler a turma da Mônica, e quem não? A história perpassa várias gerações e vários momentos, mas comigo, principalmente, tinha uma questão muito forte com relação à educação.
A roteirista Marina Maria admitiu que foi um desafio escrever um enredo apresentando o icônico quinteto em uma nova fase de suas vidas sem que eles perdessem as características essenciais que conquistam o coração dos fãs sem que deixasse a história com um tom infantilizado.
– É novo para todo mundo. Foi uma construção conjunta desde o começo. Eu acho que o mais difícil é tirar o tom infantilizado. Como é Turma da Mônica, carrega os comportamentos de sempre. O Cebolinha não deixaria de implicar com a Mônica, por exemplo. Não é uma criação zerada. A construção foi errando e reescrevendo. Foi muita reescrita, erramos bastante o tom até conseguir trazer a leveza.
– Minha experiência com a Mônica é muito indireta. Mas é incrível que, ao entrar no personagem, parece que vem um inconsciente coletivo de tudo o que já ouviu ou leu sobre aquilo. O resto estava tudo ali no texto, era muito fácil entender o que estava ali. Então não tive muito essa preocupação de ser infiel ao Cebolinha. Vou ser fiel onde tem que ser e vou ser ele mais velho. Foi muito tranquilo e gostoso de fazer. A produção como um todo e os roteiristas em geral estão muito de parabéns.
A diretora Isabel Valiente adicionou que a versão adulta da Turma da Mônica nada mais é do que crianças de 70 anos de idade, pois todos eles ainda preservam seu jeitinho. Ela ainda contou que as atuações do elenco adulto e mirim ficou muito semelhante, entregando transições perfeitas nas passagens de tempo.
– A gente brincava que eles eram crianças de 70 anos. Eles amadureceram do jeito deles durante essa jornada no Bairro do Limoeiro, mas são as mesmas crianças. O Cascão já toma banho, mas continua sendo o craque de bola. O Cebolinha não troca a letra, mas ainda quer ser o dono da rua. A turma é a mesma, eles têm as implicâncias, as brincadeiras, o humor, está tudo no mesmo lugar. A gente reconhece na passagem de cena com o corte de um para o outro [elenco adulto e mirim] que eles estão parecidos. A gente ensaiou junto, é muito bonitinho, são os mesmos gestos. De construção de personagem, isso que é o mais bonito.
– Logo no primeiro dia de ensaio nós lemos tudo. Eu li a Mônica criança e a adulta. Todo mundo leu, então isso foi muito bom. Eu lembro que o Daniel na primeira vez que leu conseguiu fazer o trava-língua certinho. Achei incrível. Os ensaios com as crianças foram muito bons, porque teve momentos em que a gente tinha que voltar atrás e vendo elas ajudou muito. A produção também sabia tudo de Turma da Mônica, então foi muito fácil. Foi incrível.
Semelhanças
Paulo divertiu ao relembrar sua infância e confessar que até sua família concorda que ele se parece com o Cascão:
Como descobriram que eu era, de fato, o Cascão? Eu sempre fui o Cascão. Minha mãe raspava meus calcanhares com caco de telha, pois ficava cascudo! Minha esposa fala que eu sou o Cascão na vida real, não gosto muito de tomar banho. […] Minhas filhas, quarentonas hoje, é que liam a Turma da Mônica. Não tinha jeito, elas lendo eu ia também.
– Assim com o Paulo, eu também me identifico com a personagem, porque eu batia nos meninos. Eu li [os gibis] na minha adolescência. E voltei a ler agora para a série, e viciei legal. Meus amigos aqui são testemunhas.
E Malu ressaltou como os sets de gravação eram leves e divertidos, pois eles também têm uma relação muito próxima.
– É uma série sobre amizade e isso foi muito aplicado. Nós éramos todos muito amigos, nos vemos mais ou menos por conta dos trabalhos, mas a questão da amizade, da brincadeira e do lúdico estava sempre presente. Brincávamos muito, éramos amigos todos. Acho que isso foi fundamental para somar a tanta coisa boa que vinha do roteiro, da direção e de tudo isso.
Está sendo fantástico, maravilho. Fazer um trabalho direcionado à criança e ao adolescente já é uma coisa divina, o retorno deles é muito verdadeiro, então é muito gostoso receber. Também pela representatividade de fazer a Milena, poder mostrar as meninas negras na Turma da Mônica.