Por Dom Mário Antonio, Arcebispo Metropolitano de Cuiabá
Neste Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco em 2016, somos convidados a abrir nossos corações e mãos em solidariedade aos irmãos e irmãs que vivem em situação de vulnerabilidade e exclusão. Este é um tempo especial para, mais uma vez, refletirmos sobre o compromisso de sermos uma Igreja que caminha ao lado dos pobres, fortalecendo a esperança e promovendo a dignidade que cada ser humano merece.
O Papa Francisco, com sabedoria e insistência, nos chama em suas encíclicas a não nos esquecermos dos mais necessitados. No Evangelii Gaudium, ele nos exorta a sermos uma Igreja em saída, próxima dos que sofrem e comprometida com os pobres, alertando-nos para não cairmos na tentação de uma indiferença “mundana”. A verdadeira alegria cristã, afirma o Santo Padre, é ir ao encontro dos irmãos, sendo instrumentos de consolo e justiça.
Neste Dia dos Pobres, nossa Arquidiocese de Cuiabá, como família eclesial, é chamada a dar testemunho de amor concreto. Nossa missão é caminhar com os que sofrem, acolher, servir e trabalhar por uma sociedade mais justa e inclusiva. Que nossa ação seja impulsionada pela palavra e pelo exemplo do Papa Francisco, e que saibamos responder ao apelo de sermos instrumentos de paz, justiça e caridade, promovendo a dignidade que cada filho e filha de Deus merece.
Na encíclica Laudato Si’, o Papa traz um chamado à responsabilidade ambiental, mas também enfatiza que a crise ecológica está profundamente ligada à crise social. Ele destaca que os mais pobres são os primeiros a sofrer com a degradação ambiental e a desigualdade. Em Cuiabá e em todo o Brasil, presenciamos como a devastação da natureza, a exploração e o descaso afetam as comunidades mais vulneráveis. A proteção do meio ambiente e a busca por uma economia justa e solidária não são apenas questões ecológicas, mas exigem um compromisso ético em favor dos pobres e excluídos.
Mais recentemente, em Fratelli Tutti, o Papa Francisco nos lembra de que todos somos irmãos e irmãs. Ele nos convida a construirmos um mundo de fraternidade e amizade social, onde não haja espaço para o individualismo e o egoísmo. O Santo Padre destaca que, para vencermos a pobreza e a exclusão, devemos aprender a cuidar uns dos outros e a superar as divisões que ainda marcam nossa sociedade. A paz e a harmonia só se concretizam quando cada pessoa é tratada com respeito e dignidade.
Que Nossa Senhora do Bom Despacho interceda por nós para que, com seu olhar maternal, nos ajude a sermos uma Igreja acolhedora, sinal vivo da esperança cristã.