Wellington  critica Macron e fala sobre “Lei da Reciprocidade Ambiental”

A redação

O senador Wellington Fagundes (PL) fez duras críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, durante um evento em Cuiabá nesta segunda-feira (02). Fagundes acusou Macron de tentar “denegrir” a imagem do Brasil na França e de prejudicar as relações comerciais entre os dois países. Além disso, o senador afirmou que a França é “insignificante” como parceira comercial do Brasil, destacando que o país europeu não compra nem 0,1% da produção de carnes brasileiras.

A fala do senador ocorreu após uma declaração de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, anunciando que a rede de supermercados deixaria de comercializar carnes provenientes do Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A decisão foi tomada em resposta a pressões de agricultores franceses que exigem práticas mais rigorosas de preservação ambiental na cadeia produtiva de carnes.

“E o que a França tem para vender para a gente? É perfume, vinho, bolsas… Dá muito bem para o brasileiro viver sem perfume e sem bolsa, mas o mundo não vive sem carne, sem proteína. As primeiras-damas compram bolsas de outros países, nós produzimos aqui também, vão ter que se adaptar”, disparou Fagundes, referindo-se ao impacto do comportamento do Carrefour nas relações comerciais e ao seu apoio ao Projeto de Lei 1406/24, conhecido como “Lei da Reciprocidade Ambiental”.

O projeto, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR), visa proibir o governo brasileiro de firmar acordos internacionais que imponham restrições ambientais à exportação de produtos brasileiros, a menos que os países signatários adotem políticas de proteção ambiental semelhantes às do Brasil. A proposta foi aprovada em regime de urgência na Câmara dos Deputados no dia 27 de novembro, e agora está em análise no Senado.

Fagundes, que é médico veterinário, destacou sua experiência no setor e reforçou a posição de que o Brasil, hoje, possui tecnologia de ponta na produção de carnes e é um dos maiores exportadores mundiais do produto. Para ele, a França, ao adotar políticas que dificultam a comercialização de produtos do Mercosul, não representa um mercado significativo para a carne brasileira. “O Brasil hoje exporta para o mundo inteiro, e a França não compra nem 0,1% da nossa produção. Então, a reciprocidade é o seguinte: se eles querem vender para nós, vão ter que comprar também”, afirmou.

O projeto da Lei da Reciprocidade Ambiental segue agora para o Senado, onde será discutido pelos parlamentares. Fagundes disse que o debate sobre o projeto deve ser aprofundado nesta terça-feira (03), quando os senadores analisarão as prioridades do governo e também as propostas em tramitação.

Em sua conclusão, Fagundes reiterou que a medida é uma resposta à postura de países como a França, que impõem barreiras comerciais, mas não aplicam regras ambientais equivalentes às do Brasil. O senador também garantiu que, se aprovado, o projeto trará benefícios para o setor produtivo nacional e para a defesa dos interesses do Brasil no mercado internacional.

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