Preocupações com as dívidas de Cuiabá e a saúde pública dominam reunião sobre gestão municipal

Da redação

A gestão financeira de Cuiabá enfrentou mais um capítulo de incertezas, com uma reunião convocada para discutir a saúde pública e as dívidas da administração municipal. Durante o encontro, o ex-secretário de Fazenda, Rogério Brunini, expressou sua preocupação com o cenário de endividamento deixado pela gestão do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Segundo Brunini, o prefeito já declarou que não há recursos disponíveis para negociar as dívidas acumuladas, o que traz incertezas sobre o pagamento e a continuidade dos serviços prestados pelas empresas contratadas pela prefeitura.

Emanuel Pinheiro, conforme relatado por Brunini, não tem a intenção de deixar dinheiro em caixa e afirmou que muitas dívidas ainda não empenhadas, que deverão ser pagas no próximo ano, entrarão como “restos a pagar”. “Muita dívida não empenhada porque ela entra em resto para pagar já no começo do ano que vem. Muitas empresas devem estar buscando uma negociação já no início do mandato e isso gera uma preocupação muito grande para nós. Não vai ter dinheiro para negociar”, declarou Brunini.

Além disso, a reunião também abordou a possibilidade de um novo processo de intervenção judicial na saúde municipal, um tema que já havia sido levantado anteriormente. No entanto, o encontro terminou sem definições claras sobre o assunto. Brunini destacou que, para além de uma possível intervenção, a principal questão a ser resolvida é a obtenção de recursos para negociar as dívidas e garantir o funcionamento dos serviços essenciais. “A decisão maior não é a intervenção, é saber a fonte de recursos para negociar essas dívidas e pagar. Precisamos dar suporte para que essas empresas possam prestar serviços. Agora, como vamos ter essa informação precisa? Só depois do dia primeiro”, afirmou, referindo-se ao início do novo mandato.

O desembargador Orlando Perri, responsável por intermediar a audiência, ressaltou que o processo de intervenção judicial na administração de saúde de Cuiabá não será interrompido com a troca de gestão. Perri explicou que se trata de um processo estrutural e fundamental para garantir o funcionamento adequado dos serviços de saúde. “O processo de intervenção não se acaba com a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro. Se trata de um processo estrutural e nós estamos falando da Saúde de Cuiabá. O processo continua. Nós temos um TAC a ser cumprido, e evidentemente esse TAC pode sofrer alterações. Isso vai ser definido com as mesas técnicas”, afirmou o desembargador.

A situação preocupa os responsáveis pela administração municipal, pois o início do novo mandato se aproxima sem soluções definitivas para o pagamento das dívidas e sem uma clareza sobre a continuidade dos serviços essenciais, especialmente na área da saúde.

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