14 de mar de 2025
18:55

Prefeito de Cuiabá anuncia estado de calamidade financeira por 180 dias e critica gestão anterior

Da redação

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou, nesta sexta-feira (3), que decretará estado de calamidade financeira no município por 180 dias devido a sérios problemas no fluxo de caixa. A medida foi tomada diante do cenário deixado pela gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que, segundo Brunini, comprometeu as finanças da cidade, dificultando o cumprimento das obrigações fiscais e a execução de serviços essenciais.

Um dos reflexos mais imediatos da crise financeira é o não pagamento do salário de dezembro aos servidores municipais. Brunini explicou que os recursos estão chegando de forma “escalonada” nas contas da Prefeitura, o que impossibilita a quitação dos vencimentos de todos os servidores de uma vez. O prefeito destacou que, caso fosse realizado o pagamento completo das folhas de pagamento no mesmo mês, não seria possível honrar outras despesas essenciais, como as da área da Saúde.

“Vamos decretar o estado de calamidade financeira do município de Cuiabá. Vamos apresentar e publicar o decreto dando ao Município uma condição de calamidade financeira. Só para se ter ideia, se a gente pagar as duas folhas dentro do mesmo mês, a gente não tem condição de pagar a Saúde, de pagar nada, porque o orçamento não é compatível”, declarou Brunini.

O prefeito também fez duras críticas ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro, acusando-o de ordenar o pagamento de despesas previstas para o ano de 2025, mesmo sabendo que não permaneceria no cargo. Além disso, Abilio apontou que há empresas contratadas pela Prefeitura que não recebem desde outubro do ano passado, o que demonstra a fragilidade das finanças municipais. “Tem empresas sem receber desde outubro do ano passado. Não tem condição de pagar todos os serviços que estão disponíveis para serem pagos, com empresas que têm valores a receber desde outubro”, afirmou.

Brunini também comentou sobre a realização de pagamentos pela gestão anterior, em especial no dia 2 de janeiro, que, segundo ele, não deveriam ter sido efetuados. “Tem pagamentos que foram feitos pelo ex-prefeito que não poderiam ser feitos”, criticou.

Para enfrentar a crise, o prefeito afirmou que está adotando uma série de medidas de contenção de despesas, com foco no corte de gastos desnecessários e na revisão de contratos. Uma das principais fontes de economia, segundo ele, será a redução de custos com empresas de tecnologia, estimando uma economia de até R$ 300 milhões por ano.

“Estamos cortando principalmente em empresas de tecnologia. A auditoria vai identificar os cortes necessários. Não queremos atrasar a folha de pagamento, não vamos escalonar a folha, nem dividir o salário em várias parcelas. A nossa medida é pagar assim que tivermos o valor necessário para quitar a folha”, concluiu Abilio Brunini.

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