19 de abr de 2025
04:05

Polícia Civil deflagra Operação Falso Profeta contra facção criminosa que extorquia distribuidores de água em Cuiabá e Várzea Grande

Da redação

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), deflagrou na manhã desta quinta-feira (20) a Operação Falso Profeta, com o objetivo de desarticular um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro praticado por uma facção criminosa contra distribuidores de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande.

O principal alvo da operação é um pastor de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, identificado como líder da facção e mentor do esquema criminoso. Segundo as investigações, ele está foragido no Estado do Rio de Janeiro.

A operação cumpre um total de 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, além do sequestro de veículos. O valor bloqueado pode chegar a R$ 1,5 milhão. As ações são realizadas em Cuiabá, Várzea Grande e no Rio de Janeiro, com decisões expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Capital.

Esquema de extorsão era chamado de “Projeto Água 20 LT”

As investigações, iniciadas em novembro de 2024, revelaram que a facção criminosa criou um esquema de extorsão denominado “Projeto Água 20 LT”, onde comerciantes eram forçados a comprar galões de água exclusivamente do grupo criminoso, além de pagar uma “taxa” de R$ 1 por galão vendido.

Para controlar os distribuidores, os criminosos criaram um grupo de WhatsApp, onde inicialmente mantinham uma comunicação informal. Caso alguma ordem não fosse acatada, os comerciantes começavam a sofrer ameaças veladas, como a promessa de um “encontro pessoal” para tratar do assunto. O objetivo era coagir e intimidar os empresários para que obedecessem às regras impostas pelo grupo.

Um dos líderes da facção era responsável por administrar o grupo, mantendo o controle financeiro e logístico do esquema e coordenando as extorsões. Além disso, integrantes da organização realizavam visitas presenciais aos distribuidores para reforçar a imposição do esquema.

Facção usava caminhão próprio e empresa de fachada para lavagem de dinheiro

Durante as investigações, a polícia identificou um caminhão exclusivo utilizado para a distribuição da água controlada pela facção. O veículo estava sob posse de uma distribuidora pertencente a um dos criminosos investigados.

Além disso, a facção utilizava uma empresa de fachada no setor de bebidas para movimentar recursos obtidos com as extorsões, ocultando a origem ilícita do dinheiro. Parte dos valores arrecadados era enviada diretamente ao Estado do Rio de Janeiro, considerado berço da organização criminosa.

Criminosos tinham extensa ficha criminal

Os envolvidos no esquema possuem antecedentes por tráfico de drogas, homicídios, roubo, falsificação de documentos e organização criminosa. Eles atuavam como “soldados do crime”, ameaçando comerciantes para garantir que obedecessem às determinações da facção.

A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros envolvidos na lavagem de dinheiro e na logística do esquema.

Canal de denúncias para vítimas de extorsão

O Governo de Mato Grosso lançou o serviço “Disque Extorsão contra Facções Criminosas”, exclusivo para denúncias anônimas sobre este tipo de crime. As vítimas podem relatar os casos pelo telefone 181 ou pelo canal virtual do programa Tolerância Zero.

A Operação Falso Profeta faz parte da Operação Inter Partes, que integra o programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, com o objetivo de combater organizações criminosas e proteger os comerciantes da região.

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