Da redação
As projeções para o ano de 2025 mostram que Mato Grosso tem conseguido conciliar de forma inédita dois eixos historicamente opostos: o crescimento da produção agrícola e a preservação ambiental. O Estado se consolida como o maior produtor de grãos do país, com 30,9% da produção nacional, segundo dados de março do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e ao mesmo tempo registra avanços expressivos na redução do desmatamento.
A secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, atribui esse cenário positivo às políticas públicas implementadas ao longo dos últimos seis anos. “O que hoje se traduz em números reconhecidos nacionalmente, tanto no que diz respeito ao aumento da produção quanto à redução do desmatamento, é resultado da execução das políticas públicas vinculadas às metas e objetivos estabelecidos pelo Estado na Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI)”, destacou.
A Estratégia PCI tem como foco a captação de recursos para promover o crescimento sustentável da agropecuária e da produção florestal. O programa visa aumentar a eficiência produtiva, conservar os remanescentes de vegetação nativa, recompor áreas degradadas e incluir a agricultura familiar na cadeia produtiva, contribuindo também para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Os resultados ambientais comprovam o sucesso das iniciativas. Em 2024, Mato Grosso reduziu em 27% o desmatamento na Amazônia Legal em comparação com o ano anterior, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), totalizando 629 quilômetros quadrados de áreas desmatadas. No Cerrado, a queda foi ainda maior, com 33% de redução.
Dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que, apesar de um aumento pontual nos alertas de desmate em abril deste ano em relação ao mesmo mês de 2024, houve uma redução no desmatamento acumulado entre agosto de 2024 e abril de 2025 em comparação ao mesmo período do ciclo anterior. No Pantanal, os alertas de desmatamento caíram 75%; no Cerrado, 25%; e na Amazônia, 5%, atingindo o menor índice da última década.
O secretário adjunto Executivo da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Alex Marega, destaca que o combate aos crimes ambientais tem sido intensificado com o apoio de tecnologia e da força-tarefa interinstitucional Operação Amazônia. “O monitoramento por satélite e a fiscalização contínua, com ações prioritárias nos municípios mais críticos, além da parceria com órgãos federais, têm sido fundamentais para o controle do desmatamento ilegal”, afirmou.
As ações incluem embargos, apreensão de equipamentos e responsabilização de infratores, o que tem fortalecido a atuação do Estado na preservação de seus biomas.
O equilíbrio entre produção e conservação coloca Mato Grosso como referência nacional no desafio de conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.
