03 de jul de 2025
18:21

Max Russi reforça posição contrária às câmeras em farda de PMs e destaca autonomia do Executivo

Da redação

Às vésperas de assumir a presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Max Russi (PSB) reiterou sua posição contrária à implementação de câmeras de videomonitoramento nas fardas dos policiais militares do estado. A medida, que tem gerado discussões em diversos setores da segurança pública, não possui, no momento, nenhum projeto em tramitação, mas segue sendo um tema de debate recorrente, principalmente após casos de violência policial se tornarem destaque na mídia.

Em entrevista, Max Russi destacou que, além de sua oposição à proposta, o governador Mauro Mendes (União Brasil) também rejeita a ideia de monitoramento dos policiais militares por câmeras corporais. O governador, segundo o deputado, já sinalizou de forma clara que não tem interesse em adotar tal medida, considerando que isso poderia prejudicar o desempenho das Forças de Segurança.

Questionado sobre a possibilidade de levar adiante o debate sobre as câmeras durante sua gestão na presidência da Assembleia, Russi foi firme: “Essa é uma decisão do Governo. O Governo já sinalizou bem claro que não tem interesse de fazer isso e a Assembleia não vai interferir. Alguns deputados defendem isso, mas a Assembleia não deve interferir nesse trabalho. Tem que ser uma decisão do Poder Executivo”, afirmou. O deputado acrescentou que, a princípio, é contra a ideia, reforçando que qualquer alteração nesse sentido deveria partir do Executivo, e não do Legislativo.

Especialistas, por outro lado, argumentam que as câmeras poderiam ajudar a combater a violência policial, oferecendo maior transparência às ações das forças de segurança. Contudo, tanto o governador Mauro Mendes quanto outros políticos sustentam que a medida poderia resultar em um “cerceamento” das atividades dos policiais militares. Para eles, os PMs não são os “bandidos” da situação, mas sim o braço do Estado na manutenção da ordem pública.

O tema voltou à tona recentemente, quando o chefe do Executivo estadual entrou em uma polêmica ao sugerir que juízes, desembargadores e membros do Ministério Público também deveriam utilizar câmeras corporais, como uma forma de evitar irregularidades, incluindo a venda de sentenças. A proposta gerou controvérsias e colocou Mendes em atrito com o Poder Judiciário de Mato Grosso.

Apesar das divergências, o cenário continua em aberto, com a implementação de câmeras corporais em discussão, mas sem perspectivas claras de avanço no curto prazo. O debate sobre o monitoramento dos policiais militares segue sendo um ponto sensível, com implicações tanto para a segurança pública quanto para os direitos e deveres dos agentes de segurança no estado.

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