Da redação
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), fez duras críticas à gestão do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), ao afirmar que não repassava recursos à prefeitura devido à desconfiança na administração municipal, que, segundo ele, foi marcada por escândalos e falta de competência. Mendes utilizou termos como “malandro” e afirmou que a gestão de Pinheiro foi a “pior da história” da cidade.
Em entrevista à Rádio CBN, o governador explicou sua posição, destacando que não poderia financiar uma administração que considerava falha e irresponsável. “Eu não passava dinheiro para o prefeito porque ele era malandro, todo mundo via os escândalos a torto e direito na prefeitura. Você não dá dinheiro para quem não confia”, afirmou.
Mendes usou dois exemplos concretos para ilustrar sua avaliação negativa da gestão de Pinheiro: o Mercado do Porto e o Parque das Águas. Durante uma visita técnica realizada na sexta-feira (10) com o prefeito Abílio Brunini (PL), o governador constatou irregularidades nas duas obras. Ambos encontraram as estruturas inacabadas e em condições de deterioração. “A gestão foi a pior de todos os tempos, porque entregou uma prefeitura extremamente endividada e sucateada”, disse, mencionando especificamente a situação do Parque das Águas, que, segundo ele, está pior do que quando foi entregue pela administração anterior. “A fonte estragada, o show das águas estragado, banheiro sucateado”, completou.
Além das críticas às obras e à infraestrutura da capital, Mendes relatou uma situação alarmante no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá. Durante sua visita, ele se deparou com 103 cirurgias ortopédicas represadas por falta de material, o que, segundo ele, “cortou o coração”. “Fui lá e tinham pessoas há 60 dias internadas esperando para fazer uma cirurgia ortopédica porque não tinha PME, que é um parafuso de prótese. No sábado, entregamos para a prefeitura as próteses para fazer as 103 cirurgias empacadas”, revelou o governador.
Apesar das críticas a Pinheiro, Mendes afirmou que está disposto a ajudar o atual prefeito Abílio Brunini, mas com limitações impostas pela sua gestão estadual. O governador garantiu que, assim como faz com outros prefeitos, prestará apoio na medida do possível, sem comprometer os recursos destinados aos hospitais estaduais e às obras do governo. “Vamos ajudar na medida do possível o prefeito Abílio, a prefeita de Várzea Grande e todos os prefeitos. Primeiro tenho que cumprir minha obrigação de governador com meus hospitais do Estado, nossas obras e, tendo capacidade financeira, vamos ajudar as prefeituras”, concluiu.
Essas declarações refletem a preocupação do governador com a administração pública em Cuiabá e sua disposição em colaborar com a gestão atual, embora as tensões com a gestão anterior ainda permaneçam evidentes.
