Presidente evita antecipar posição sobre projeto e diz que Bolsonaro ‘tem que pagar pela tentativa de golpe’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quinta-feira (11), em entrevista à TV Alterosa, o projeto de lei da Dosimetria aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada de quarta-feira (10). A proposta reduz penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão.
Lula evitou interferir diretamente no debate no Congresso, mas disse que a condenação do antecessor decorre de ações graves. “Ele foi condenado porque tentou fazer uma coisa muito grave, ele não fez brincadeira”, afirmou. Em seguida, detalhou acusações atribuídas a Bolsonaro durante as investigações.
“Ele tinha um plano arquitetado para matar a mim, matar o Alckmin, matar o Alexandre de Moraes. Tinha um plano para explodir um caminhão no aeroporto de Brasília, e tinha um plano de sequestrar o poder, já que perdeu as eleições.”
O presidente reforçou que o tema é responsabilidade do Legislativo até que chegue ao Palácio do Planalto. “O Congresso está discutindo, agora vai para o Senado. Vamos ver o que vai acontecer. Quando chegar à minha mesa, eu tomarei a decisão. Eu e Deus, sentado na minha mesa”, declarou.
Lula afirmou ainda que Bolsonaro “tem que pagar pela tentativa de golpe” e criticou a postura do ex-presidente após perder as eleições.
“Não adianta ficar choramingando agora. Se tivesse a postura que tive quando perdi três vezes, ou que PSDB e todos outros tiveram, estaria solto, poderia concorrer às eleições. Mas tentou encurtar o caminho. Tentou convencer alguns militares, que também estão presos, e deu no que deu.”
Apesar do tom duro, Lula insistiu que não irá se antecipar sobre o tema. “Quando chegar no Poder Executivo, eu vou tomar minha decisão. Até lá, o debate é do Congresso”, concluiu.
Após aprovação na Câmara, o PL da Dosimetria segue para aprovação no Senado Federal e, caso não haja novas mudanças no texto, a proposta segue para aprovação de Lula.
