Da redação
O desembargador Hélio Nishiyama, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Eliza Severino da Silva, uma das investigadas no esquema que cancelou formaturas de universitários em Cuiabá e Várzea Grande. A decisão foi proferida na quinta-feira (22).
Eliza e o marido, Márcio Nascimento, são alvos da operação Ilusion, que apura um golpe estimado em R$ 7 milhões contra mais de mil formandos. O casal é apontado como responsável por crimes praticados por meio da empresa Imagem e Eventos, que firmava contratos para organização de cerimônias de colação de grau, mas não as realizava.

A defesa de Eliza alegou que não houve audiência de custódia no prazo legal e sustentou que a prisão seria ilegal. Os advogados argumentaram ainda que a ré possui “bons predicados pessoais”, como primariedade, residência fixa e ausência de risco de fuga, ressaltando que ela se mudou para Maringá (PR) apenas por questões de segurança, após receber ameaças.
Mesmo assim, o desembargador considerou que não há ilegalidade evidente que justifique a soltura da empresária. Ele destacou que a prisão preventiva foi embasada em fundamentos concretos, a partir das investigações, e que o caso envolve crimes com alto impacto social.
“O elevado grau de lesividade social, revelado pela natureza e gravidade dos delitos investigados — estelionato em larga escala, associação criminosa e crimes contra as relações de consumo —, justifica a prisão. A sofisticação do alegado esquema fraudulento, com divisão de tarefas e utilização de múltiplas empresas, demonstra periculosidade concreta”, escreveu Nishiyama na decisão.
Conforme a Polícia Civil, já foram registrados 248 boletins de ocorrência relacionados ao caso, evidenciando a extensão dos danos financeiros às vítimas.
Eliza Severino da Silva, de 51 anos, se apresentou à polícia na manhã da última quarta-feira (21), em Maringá. Já Márcio Nascimento, de 49, entregou-se na sede da Delegacia do Consumidor (Decon), em Cuiabá. O casal segue preso preventivamente enquanto as investigações prosseguem.