Da redação
O gabinete de segurança israelense aprovou nesta sexta-feira (17) um acordo de trégua com o Hamas, que prevê a troca de reféns por prisioneiros palestinos na Faixa de Gaza. A decisão, anunciada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ainda precisa ser ratificada pelo governo israelense, que se reunirá para uma aprovação final ainda hoje.

A aprovação preliminar vem após uma semana de tensão, quando Israel acusou o Hamas de descumprir partes do acordo, buscando concessões de última hora. A acusação foi rapidamente rejeitada pelo grupo palestino, por meio do dirigente Sami Abu Zuhri, que a classificou como infundada.
O acordo, mediado por Catar e Estados Unidos, está dividido em três fases. A primeira fase, com duração de seis semanas, prevê a libertação de 33 reféns em Gaza, em troca de mil prisioneiros palestinos detidos em Israel. As famílias dos reféns já foram notificadas e se preparam para o reencontro. Nesta etapa, mulheres e crianças serão liberadas primeiro, e também está prevista a retirada das tropas israelenses das áreas densamente povoadas de Gaza.
A segunda fase, que ainda está sendo negociada, envolve a libertação dos reféns restantes, incluindo homens e soldados, além da retirada total das forças israelenses de Gaza. A última fase será focada na reconstrução de Gaza e na recuperação dos corpos dos reféns mortos.
No entanto, questões políticas delicadas sobre o futuro administrativo de Gaza ainda não estão resolvidas. Netanyahu rejeita a participação tanto do Hamas quanto da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na administração da região. Por outro lado, o primeiro-ministro palestino Mohammed Mustafa defende a pressão internacional pela criação de um Estado Palestino independente.
Enquanto o acordo ainda aguarda a aprovação final, os ataques israelenses a Gaza continuam. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde local registrou 88 mortes, elevando o total para 46.876 vítimas fatais em mais de 15 meses de conflito. A ONU considera esses dados confiáveis e observa que a maioria das vítimas são civis, incluindo mulheres e crianças.
O conflito, que começou em 7 de outubro de 2023 com um ataque do Hamas a Israel, já resultou na morte de 1.210 israelenses, principalmente civis, e no sequestro de 251 pessoas. Destas, 94 ainda estão em Gaza, com 34 sendo presumivelmente mortas, segundo o exército israelense. O Hamas afirma que as mortes dos reféns foram causadas pelos próprios bombardeios israelenses.
A ONU descreve a destruição em Gaza como “sem precedentes na história recente”, enquanto as forças israelenses mantêm suas operações militares, relatando ataques a 50 alvos nas últimas 24 horas.