Da redação
Cinco pessoas vestidas de palhaço foram presas na tarde desta segunda-feira (19), na praça do Chopão, em Cuiabá, suspeitas de aplicar golpes financeiros ao se passarem por representantes de um projeto social. Segundo a Polícia Civil, o grupo abordava pedestres e motoristas em busca de doações e, durante a transação, cobrava valores acima do informado nas maquininhas de cartão.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento em que os suspeitos são detidos por uma equipe especializada em crimes de estelionato. O delegado Eduardo Ribeiro, responsável pelo caso, afirmou que os integrantes do grupo utilizavam fotos de pessoas em situação de vulnerabilidade para convencer as vítimas de que as arrecadações seriam destinadas a ações sociais.

De acordo com a investigação, os golpistas simulavam aceitar qualquer valor como doação, mas, no momento de passar o cartão, digitavam quantias superiores. “A pessoa acha que está doando R$ 10 ou R$ 20, mas depois vê que foi cobrada em R$ 100 ou até mais”, detalhou a secretária de Ordem Pública, Juliana Chiquito Palhares, que foi a responsável pela denúncia.
Juliana, que também é delegada, relatou que reconheceu os suspeitos enquanto passava pela praça e decidiu monitorá-los até a chegada da equipe policial. Em vídeos nas redes sociais, ela alertou a população sobre o novo tipo de golpe, informando que os estelionatários afirmavam fazer parte de um suposto projeto ligado à Universidade de São Paulo, voltado para ajuda a crianças carentes.
“Eles agem principalmente nos semáforos da região do bairro Popular. Já recebemos diversas ocorrências desse tipo. Usam da boa vontade das pessoas e as lesam financeiramente”, disse Juliana. Ela ainda incentivou que outras possíveis vítimas procurem a delegacia de estelionato para registrar boletim de ocorrência.
As maquininhas de cartão utilizadas pelo grupo foram apreendidas para análise. O caso segue sob investigação, já que ainda não há confirmação sobre a inexistência do projeto alegado pelos suspeitos. Uma das vítimas que registrou o boletim de ocorrência preferiu não prestar depoimento, o que dificulta a caracterização do flagrante.
Segundo a delegada, há diversos boletins registrados com o mesmo modo de atuação, que agora estão sendo apurados pela equipe do delegado Pablo Carneiro. As autoridades reforçam o alerta para que a população fique atenta e evite fornecer dados bancários ou cartões em abordagens de rua.