Clube também é o único a não ter sido dirigido por um treinador estrangeiro neste século

Dos quatro semifinalistas que se enfrentam à partir desta terça-feira (8) por vaga na final do Mundial de Clubes da FIFA, o Fluminense é o que carrega duas peculiaridades relevantes. O clube brasileiro tem o menor número de jogadores estrangeiros no elenco e o único a não ter sido dirigido por um treinador de fora do país neste século. Ou seja: é um time, na essência, com o DNA nacional e, por que não dizer, um legítimo representante do futebol brasileiro.
O clube, que completa nesta segunda-feira (7) um mês nos Estados Unidos, tem 36 jogadores inscritos na Copa. São dez de outras nacionalidades, mas apenas sete deles utilizados por Renato Gaúcho nos cinco jogos disputados – Árias, Cano, Freytes, Fuentes, Serna, Bernal e Cannobio. Lezcano, Lavega e Soteldo não foram aproveitados. E o máximo de estrangeiros numa só partida foram os seis dos 4 a 2 sobre o Ulsan na fase de grupos.
O Chelsea, da Inglaterra, o adversário da vez, até tem 17 jogadores nativos entre os 48 inscritos. No entanto, o técnico italiano Enzo Maresca não utiliza mais do que seis deles por jogo. A maioria absoluta (31) é de outras 14 nacionalidades. Não à toa, o elenco tem 18 convocados de onze diferentes seleções e a terceira folha salarial mais cara – 1,29 bilhão por ano, quase dez vezes mais cara do que a tricolor.
Os outros dois clubes envolvidos nas semifinais do Mundial não fogem à regra. O PSG, dirigido pelo espanhol Luiz Enrique, tem 19 de nove outras nacionalidades e apenas 12 franceses. Para se ter ideia, na vitória de 2 a 0 sobre o Bayern, sábado, o time alemão tinha mais franceses entre os titulares do que o próprio PSG (3 a 2), fato que já tina sido visto também nos 4 a 0 sobre o Atlético de Madri (2 a 1) na partida de estreia no torneio.
O Real Madrid inscreveu 39 jogadores e 21 deles são de onze diferentes nacionalidades. É o elenco com a mais cara folha salarial (R$ 1, 79 bilhão anual), com representantes de onze seleções. Xabi Alonso, que já testou dois jogadores do Real Madrid B na fase de grupos, costuma usar três espanhóis no time titular, não mais do que cinco por jogo. A base do Real na era pós Ancelotti é formada por craques de oito diferentes nacionalidades.
A rica diversidade reforça a condição de “azarão” imposta ao Fluminense. Que, aliás, é o único a não ser treinado por estrangeiros neste século. O último não brasileiro a comandar o time foi o uruguaio Hugo De Leon, em 97, algo que difere o clube tricolor até mesmo entre os rivais da Série A brasileira. No cenário nacional, tirando Juventude e Mirassol, que subiram este ano para a divisão principal, o Fluminense é o único a não ter sido dirigido por um treinador de fora do país.