10 de dez de 2025
18:17

Criminoso condenado por assassinato de criança, é executado ao sair de hotel em Sinop.

João Ferreira da Silva, que cumpria pena pelo assassinato do menino Bruno em 2005, foi morto a tiros ao sair de hotel no bairro Santa Mônica; câmeras registraram ação de ao menos dois suspeitos.

Menos de 24 horas após deixar a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira (Ferrugem), em Sinop, João Ferreira da Silva foi executado a tiros na manhã desta quarta-feira (10) em frente a um hotel localizado na avenida Colonizador Ênio Pipino, no bairro Santa Mônica. O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local, mas apenas confirmou a morte.

João havia sido posto em liberdade recentemente após cumprir parte da pena pelo assassinato do menino Bruno Aparecido dos Santos, de 9 anos, crime que chocou Sinop em 2005. Ele também possuía condenações por estupro e ocultação de cadáver.

Como aconteceu a execução

O ataque foi registrado por câmeras de segurança. Por volta das 6h50, ao menos dois homens participaram da ação.

Primeiro, um dos suspeitos — usando moletom, máscara e boné — entra na recepção do hotel e sai poucos segundos depois. Minutos mais tarde, João deixa o prédio e segue em direção à rua. Nesse momento, o segundo homem se aproxima rapidamente.

As imagens mostram que João é rendido, enquanto o criminoso checa algo brevemente antes de efetuar os disparos. Os dois suspeitos fogem logo em seguida. Pelo menos três cápsulas foram encontradas na cena do crime.

Perícia e investigação

A Polícia Militar isolou a área até a chegada da Politec e da Polícia Civil, responsáveis pela perícia. O corpo será encaminhado ao IML para necropsia e confirmação oficial da identidade.
A Polícia Civil abriu inquérito e trabalha para identificar os executores e a motivação do crime. Até o momento, ninguém foi preso.

O crime que marcou a cidade

João Ferreira ganhou notoriedade em 2005, quando foi preso após tentar abusar de um adolescente de 12 anos em uma construção no bairro Nossa Senhora Aparecida. Durante as buscas, policiais encontraram bolinhas de gude pertencentes ao menino Bruno, desaparecido dias antes, além de um pedaço de madeira com manchas de sangue.

Confrontado, João confessou o assassinato e indicou o local onde havia enterrado o corpo: uma cova de cerca de um metro, em frente à própria casa. A vítima foi encontrada nua, com as mãos amarradas; as roupas estavam guardadas em uma sacola ao lado.

A brutalidade provocou revolta imediata. Cerca de 500 moradores tentaram invadir a delegacia para linchá-lo, o que levou à sua transferência para Cuiabá. Na capital, chegou a fugir, mas foi recapturado horas depois em um terminal de ônibus no bairro Novo Horizonte. Depois, retornou ao sistema prisional de Sinop.

Em 2008, João foi condenado a 42 anos de prisão pelo homicídio de Bruno. Em outro processo, recebeu mais 10 anos por atentado violento ao pudor.

Investigação continua

As circunstâncias da execução ainda são apuradas. A Polícia Civil trabalha para identificar a dupla envolvida e esclarecer se o homicídio tem relação direta com o passado criminal de João.

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