Sem citar os Estados Unidos, governo chinês classifica interferência externa como “irracional”

A China apoia o Brasil na resistência ao “comportamento de intimidação” de impor tarifas excessivas, afirmou nesta quarta-feira (6) o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, ao assessor especial da presidência brasileira, embaixador Celso Amorim, em uma ligação telefônica.
A China apoia o Brasil na proteção de seus direitos e se opõe à interferência externa “irracional” nos assuntos internos do Brasil, disse Wang, sem citar diretamente os Estados Unidos, de acordo com um comunicado divulgado por seu ministério.
As tarifas de 50% impostas por Donald Trump,começaram a valer nesta quarta-feira (6), atingindo 36% dos produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, segundo o governo brasileiro.
Entre os itens impactados estão carnes, café e máquinas agrícolas, produtos relevantes na balança comercial entre os dois países.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, em entrevista à agência Reuters, queue não vê espaço para negociações diretas com o presidente dos EUA.
Segundo o presidente, o Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas e não vai desistir das negociações comerciais, mesmo admitindo que não há, no momento, interlocução.
“Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, afirmou Lula.