Da redação
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), atribuiu à burocracia o principal motivo para a lentidão no andamento das obras de corte do morro às margens do Portão do Inferno, na MT-251, rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. Em entrevista ao Programa Tribuna, da Rádio Vila Real, ele afirmou que o licenciamento ambiental demorou tanto que, quando todas as condicionantes foram atendidas, teve início o período chuvoso, impossibilitando o início dos trabalhos.
“A empresa foi contratada para executar esse serviço dentro desse prazo, não pode iniciar porque no período de chuva é quase impossível”, disse Mendes. A previsão meteorológica para Mato Grosso indica chuvas até abril, com janeiro e fevereiro como os meses mais intensos.

Licenciamento demorado
Segundo o governador, o processo de autorização da obra junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi moroso e repleto de exigências. Ao todo, foram impostas 22 condicionantes, incluindo a criação de 15 programas ambientais, como o Programa de Monitoramento e Controle de Qualidade do Ar, Ruídos e Vibrações e o Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos.
“É um imbróglio que a gente gostaria de ter resolvido muito antes. Mas, infelizmente, tivemos que pedir um licenciamento para o Ibama, que demorou muito e, quando liberou a licença, colocou condicionantes que demandaram um tempo gigantesco para serem cumpridas”, explicou o governador.
Críticas à burocracia ambiental
Mendes criticou a burocracia brasileira e a comparou com a realidade de outros países, que, segundo ele, adotam medidas mais ágeis para o desenvolvimento de infraestrutura. Ele mencionou a resistência de ambientalistas à exploração de petróleo na costa brasileira como um exemplo de entraves que dificultam o progresso do país.
“No Brasil, demora mais tempo para licenciar uma obra do que para executá-la. É a burocracia que o país inventa, é o país do ‘não pode’, enquanto o mundo inteiro faz e ninguém fala nada”, criticou.
Apesar dos atrasos, o governador garantiu que a empresa responsável está pronta para iniciar os trabalhos assim que houver uma trégua nas chuvas.