Jamila Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, diz que medo e vergonha dificultam denúncias contra agressores.
Até outubro de 2023, foram registrados 117.509 casos de violência contra a mulher nas delegacias paulistas. O número é cerca de 14% maior quando comparado ao mesmo período de 2022. Para a delegada Jamila Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) do estado de São Paulo, no entanto, o número é positivo. Segundo Jamila, que há cinco anos está à frente das DDMs, ainda há um grande número de subnotificação em casos de violência contra a mulher.
Mais especificamente, para cada mulher agredida que registra um boletim de ocorrência, quatro deixam de fazer a notificação. “Na maioria das vezes, existe a vergonha, o medo e a dependência financeira”, afirma Jamila sobre os motivos que levam as mulheres a não denunciar os agressores. Por isso, a delegada afirma que a alta no número de denúncias deve ser vista como uma vitória, não uma derrota. “As mulheres estão confiando mais na polícia e estão registrando boletins de ocorrência”, avalia.