12 de mar de 2025
17:12

Aedes aegypti avança e 90% das casas vistoriadas têm focos do mosquito em Cuiabá

Da redação

O avanço da dengue e da chikungunya tem sobrecarregado o sistema de saúde público e privado em Cuiabá, enquanto a batalha contra o Aedes aegypti enfrenta um obstáculo persistente: a conscientização da população. De cada 10 casas vistoriadas pelos agentes de endemias, nove apresentam criadouros do mosquito, tornando o combate ainda mais desafiador.

A capital mato-grossense registra um aumento alarmante nos casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A média semanal de notificações de dengue cresceu 258% em 2025, saltando de 41 para quase 150 casos. Já a chikungunya teve um crescimento ainda mais expressivo: de apenas quatro casos semanais no mesmo período de 2024, o município passou a registrar, em média, 308 casos semanais neste ano — um aumento de quase 8.000%. No total, até o momento, já foram notificados cerca de 880 casos de dengue e 1.850 de chikungunya na cidade.

Striped mosquitoes are eating blood on human skin. Mosquitoes are carriers of dengue fever and malaria.Dengue fever is very widespread during the rainy season.

Na quinta-feira (13), a equipe do jornal A Gazeta acompanhou o trabalho de vistoria dos agentes de endemias no bairro Goiabeiras, região oeste de Cuiabá. A inspeção, conduzida por Nathan Espindula Beuter e Kamilly Freitas, integra o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano.

Logo pela manhã, os agentes visitaram a residência de José Ulisses Montavani, de 68 anos, que há 24 anos mora no bairro. Ele e a esposa, mesmo adotando cuidados para evitar as doenças, contraíram dengue e chikungunya há quatro meses. Durante a vistoria, os agentes identificaram focos do mosquito em dois ralos da casa, um deles contendo larvas.

“É por isso que é importante que as pessoas permitam nossa vistoria, porque, por vezes, locais como esse passam despercebidos”, ressaltou o agente Nathan. Ele orientou o casal a usar água sanitária ou pedras de cloro nos ralos para eliminar possíveis larvas.

José Ulisses reconheceu a importância da ação e prometeu adotar a recomendação. “Agora, com a orientação, vamos colocar a pedra de cloro. É importante essa vistoria e orientação”, afirmou.

Conscientização é essencial

A presença do Aedes aegypti em 90% das casas vistoriadas reflete um desafio crítico no combate à dengue e à chikungunya: a necessidade da participação ativa da população. Pequenos descuidos, como água acumulada em ralos, vasos de plantas e caixas d’água abertas, tornam-se potenciais criadouros do mosquito e ampliam a crise de saúde.

Com o aumento expressivo dos casos, os agentes de endemias seguem na linha de frente, trabalhando para eliminar criadouros e reforçar a conscientização. Cada visita é uma oportunidade de prevenção, mas, sem a colaboração da população, o Aedes aegypti continuará se multiplicando e sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress