15 de mar de 2025
16:46

Presidente da ALMT critica uso de mercadinhos em presídios para lavagem de dinheiro por facções

Da redação

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), classificou como “inadmissível” o uso dos mercadinhos dentro dos presídios para o lucro de facções criminosas. A declaração foi dada em entrevista ao programa Conexão Poder, após a revelação de um esquema de lavagem de dinheiro na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

Recentemente, uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que uma facção criminosa utilizava o mercadinho da PCE para movimentar dinheiro ilícito. O esquema foi confirmado pelo criminoso Sandro Rabelo, conhecido como “Sandro Louco”. Segundo as apurações, uma associação de servidores da penitenciária movimentou aproximadamente R$ 13 milhões em quatro anos, valores que estariam ligados a transações criminosas entre a facção e a entidade.

“Nós não podemos aceitar que facção nenhuma comande um órgão público. Isso é inadmissível. Ainda mais um mercadinho que dá lucro. O Estado não pode aceitar e a Assembleia não vai aceitar”, afirmou Russi.

A polêmica sobre o funcionamento desses estabelecimentos ganhou força após o governador Mauro Mendes (União) vetar um artigo de uma lei aprovada na Assembleia, que permitia a continuidade dos mercadinhos dentro das cadeias. Agora, os deputados estaduais precisam decidir se derrubam ou mantêm o veto, e o tema tem gerado divisões entre os parlamentares.

Max Russi evitou posicionar-se diretamente contra ou a favor da manutenção dos mercadinhos nos presídios, mas se declarou contrário a “privilégios” para detentos. “O que tiver de privilégios dentro de um sistema de quem estava na sociedade e cometeu um delito, muitas vezes destruiu família, jamais vou concordar. Sou totalmente contra isso”, disse.

Por outro lado, o deputado ponderou que os direitos básicos dos presos devem ser garantidos. “Agora, a gente também não pode não dar o mínimo para um ser humano”, concluiu.

A votação sobre o veto do governador deve ocorrer nos próximos dias e promete ser um dos temas mais debatidos na Assembleia Legislativa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress