Da redação
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (20) a suspensão do Plano Safra, programa que tradicionalmente oferece linhas de crédito a produtores rurais, mantendo apenas os financiamentos destinados à agricultura familiar. A medida foi tomada em meio à falta de acordo entre o Executivo e o Congresso sobre o Orçamento de 2025, o que restringiu os gastos públicos a apenas 1/12 do previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O anúncio gerou forte reação no meio do agronegócio, sobretudo entre os produtores de Mato Grosso. A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) manifestou sua preocupação em nota, alertando que a suspensão do crédito rural pode comprometer a segurança alimentar e econômica do país. Segundo a entidade, a indisponibilidade de recursos pode levar à redução da área plantada, aumento dos custos operacionais e, consequentemente, refletir em elevação dos preços de produtos essenciais, como soja, milho, carne e leite.
“A suspensão dos financiamentos gera insegurança para os produtores rurais e toda a cadeia produtiva do agronegócio”, afirmou a Aprosoja. A associação destacou que o crédito rural é fundamental para garantir a competitividade do setor agrícola brasileiro, e a incerteza nos repasses financeiros pode afetar a produção, prejudicando a posição do Brasil no mercado internacional.
Além dos impactos diretos na produção, a Aprosoja apontou que a medida pode acarretar um efeito dominó no abastecimento interno, pressionando os preços dos alimentos e influenciando a inflação. “O impacto não se limita apenas ao campo. A falta de crédito pode refletir diretamente no abastecimento interno, influenciando o preço dos alimentos e pressionando a inflação. Soja e milho são insumos essenciais para a cadeia produtiva de proteínas, e qualquer dificuldade na produção desses grãos afeta diretamente o preço da carne, do leite e dos ovos, prejudicando toda a população, especialmente as famílias de menor renda”, ressaltou a entidade.
Em meio à incerteza sobre os desdobramentos do impasse orçamentário, o setor aguarda medidas que possam restabelecer a previsibilidade dos financiamentos e, assim, assegurar a continuidade e competitividade do agronegócio brasileiro.
