14 de mar de 2025
22:15

Vice-governador de MT ponta desorganização do estado como fator de fortalecimento do crime organizado

Da redação

O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), fez duras críticas à desorganização do Estado, apontando que ela tem contribuído para o fortalecimento das organizações criminosas. A declaração foi dada durante um evento com prefeitos em Cuiabá, organizado pela Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), quando Pivetta comentou sobre um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais. O documento alertou para a possibilidade de um acordo de cooperação entre facções rivais, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

“Presto atenção também nesse drama que nós estamos vivendo, que é o Estado oficial e o Estado paralelo se estabelecendo. Isso acontece num país onde a promiscuidade, a falta de autoridade do Estado permite, né? O crime só se organiza quando o Estado se desorganiza”, afirmou o vice-governador, destacando a relação entre a fragilidade das instituições públicas e o fortalecimento de facções criminosas no estado.

O relatório mencionado por Pivetta revelou detalhes sobre possíveis ações coordenadas dentro do sistema penitenciário nacional, com o intuito de flexibilizar o tratamento dado a presos considerados perigosos, o que pode representar um risco para a segurança pública.

Em resposta a essa ameaça, o vice-governador ressaltou que o governo de Mato Grosso tem adotado medidas firmes para reforçar o controle sobre o sistema penitenciário e evitar que as organizações criminosas ampliem sua influência dentro das prisões. “No Mato Grosso, nós criamos agora uma estrutura para combater definitivamente as organizações que estão aí. E nós estamos apertando, fazendo o que precisa ser feito. Erramos no passado, falhamos um pouco e é normal os governos falharem, mas estamos corrigindo as falhas e combatendo com a nova estrutura”, afirmou Pivetta.

Outro ponto de crítica do vice-governador foi uma decisão judicial que contraria a política do governo estadual sobre a extinção dos “mercadinhos” dentro das unidades prisionais. Esses estabelecimentos informais, que funcionam dentro das cadeias, são um meio de abastecimento do mercado criminoso e uma fonte de lucro para as facções. Pivetta se posicionou contra qualquer flexibilização das condições nos presídios. “Eu sou contra. Eu acho que bandido tem que ficar na cadeia com restrições, sim, para poder cumprir a pena e pagar o que deve para a sociedade. Eu acho que devemos nos preocupar mais com os trabalhadores que estão desamparados, que precisam dos nossos serviços públicos, do que com os bandidos que têm bons presentes no Mato Grosso”, criticou.

O vice-governador enfatizou que, apesar das falhas do passado, o Estado está se reestruturando para combater as organizações criminosas e restaurar a ordem pública, reforçando seu compromisso com a segurança da população de Mato Grosso.

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