Da redação
O vereador Jeferson Siqueira (PSD) afirmou que poderá acionar os colegas Rafael Ranalli (PL) e Coronel Dias (Cidadania) na Comissão de Ética da Câmara Municipal caso eles não se retratem das declarações sobre suposta interferência de facções criminosas no parlamento. Ambos alegaram que criminosos estariam influenciando a política local, mas não apresentaram provas nem citaram nomes até o momento.
“Em relação aos vereadores Ranalli e Coronel Dias, eles terão a oportunidade, no mínimo, de vir a público e também se retratar, até porque disseram que dariam nomes. ‘Dia primeiro, quando eu assumir, vou lá, vou fazer a denúncia, vou dar nome aos bois, porque eu sou isso, sou aquilo’, e não fizeram nada”, disse Jeferson, imitando o tom dos parlamentares, que são, respectivamente, policial federal e militar.

A polêmica teve início logo após as eleições, quando Rafael Ranalli afirmou que cerca de quatro ou cinco vereadores haviam sido eleitos com o apoio direto do Comando Vermelho, seja por financiamento de campanha ou intimidação de eleitores. Coronel Dias também fez declarações semelhantes.
Porém, após ser empossado, Ranalli recuou e alegou ter sido “mal interpretado”, sem revelar os nomes que anteriormente disse conhecer.
A suspeita de influência criminosa na política local ganhou novos desdobramentos com a recente declaração do coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Adriano Roberto Alves. Segundo ele, 22 políticos de Mato Grosso estão sob investigação por possíveis ligações com facções criminosas, mas nenhum deles é de Cuiabá.
Jeferson reforçou que aguarda uma retratação pública dos colegas, mas não descarta medidas formais caso isso não ocorra.
“Vamos esperar que eles possam vir a público, que possam se retratar. Caso contrário, não tenho dúvidas de que o desejo dos colegas é que possamos, sim, utilizar a Comissão de Ética. Acionar a Comissão de Ética para que essa situação se transforme em um processo administrativo, para que eles possam, no mínimo, entender que todos nós somos iguais e que o respeito é bom e cabe em todo e qualquer lugar”, concluiu.