Nas finanças das famílias brasileiras, 93% das mulheres possuem uma participação ativa, revelou a pesquisa da Serasa publicada no mês passado (7).
O estudo indica que, desse número, a maioria, ou 32% das pesquisadas, afirmou ser a única responsável por manter a família financeiramente, enquanto outras ajudam nas contas, dividem com outras pessoas ou são ajudadas.
Aquelas que encabeçam as finanças no núcleo familiar estão majoritariamente na faixa dos 30 a 49 anos, 32% possuem ensino médio completo, 64% são solteiras e a maioria possui filhos.
A posição financeiras provêm principalmente do trabalho em período integral no regime CLT, mas 79% delas afirmaram precisaram fazer algum “bico” ou trabalho informal para complementar a renda.
No total, são 71% mulheres que recorreram a trabalhos complementares para conseguir manter uma boa qualidade de vida.
Mesmo assim, o mercado de trabalho para o público feminino ainda é muito desigual. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas ganham R$ 1.778 menos no rendimento médio nos mesmos cargos gerenciais em relação aos homens e possuem uma taxa de participação inferior.
Conforme a Serasa, os principais trabalhos complementares buscados pelas mulheres são os de limpeza e como revendedora. Os motivos específicos para a escolha são:
- 36% — oportunidade que apareceu
- 23% — conseguir algo para os filhos
- 20% — não ganhava o suficiente por outros meios
Segundo a Serasa, 91% desse grupo estão ou estiveram com o nome sujo — número que vai diminuindo seguindo menor proporção de responsabilidade.
Um ponto de destaque é que o público feminino com mais responsabilidade financeira no lar se encontra na classe D/E, enquanto nas classes C esse cenário muda.
Já as mulheres que ajudam a manter a família, mas não são as principais provedoras, representam uma porcentagem de 27%, com um perfil não diferente quanto à idade, escolaridade, estado civil, filhos e momento profissional daquelas que são totalmente responsáveis.
Essa fatia que ajuda nas finanças se concentra na classe C, tendo sofrido menos com a inadimplência (80%) e precisado em menor proporção complementar a renda (66%).
Também na classe C, em maior proporção, tem aquelas que dividem igualmente a responsabilidade de manter a família financeiramente com outras pessoas (19%), sendo que a maioria é casada e não possui filhos.
Na outra ponta, apenas 7% responderam que não ajudam a manter a família financeiramente. Nesse grupo, 49% das mulheres não possuem filhos e 60% estão na classe D/E.
O que pode explicar essa posição é o momento profissional, sendo que 35% delas se encontram desempregadas. Dentre elas, a porcentagem de inadimplência é também menor, com 67%
Contas e Crédito
- Única responsável por manter a família financeiramente — 74% delas tiveram o seu crédito negado pelas instituições financeiras
- Ajuda a manter a família financeiramente, mas não é principal provedora — 66% delas tiveram o seu crédito negado pelas instituições financeiras
- Divide igualmente a responsabilidade de manter a família financeiramente com outras pessoas — 64% delas tiveram o seu crédito negado pelas instituições financeiras
- Principal responsável por manter a família financeiramente, mas tem ajuda — 70% delas tiveram o seu crédito negado pelas instituições financeiras
- Não ajuda a manter a família financeiramente — 59% delas tiveram o seu crédito negado pelas instituições financeiras
Nessa situação, nos últimos 12 meses, 63% delas tiveram atraso em pelos menos uma das suas contas, sendo o cartão de crédito, luz e parcelas de compras como destaque.
O perfil da amostra feita pela Serasa conta com 2.131 mulheres, quase 50% da classe D/E e uma porcentagem menor da classe C e A/B.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br