18 de set de 2025
22:49

Homem é condenado a mais de 31 anos de prisão por feminicídio em Peixoto de Azevedo

Réu esfaqueou a noiva após discussão; júri reconheceu todas as qualificadoras apresentadas pela acusação

O Tribunal do Júri de Peixoto de Azevedo condenou, nesta quarta-feira (17), Wendel dos Santos Silva, de 38 anos, a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua noiva, Lediane Ferro da Silva, 43. O crime ocorreu em 15 de abril de 2023 e foi classificado como feminicídio em contexto de violência doméstica. Além da pena, o réu foi condenado a pagar R$ 150 mil em indenização por danos morais à família da vítima.

A sentença foi proferida pelo juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, após cerca de seis horas de julgamento. O magistrado destacou que o processo tramitou dentro do prazo estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sendo concluído em apenas um ano e cinco meses.Durante a sessão, foram ouvidos o filho da vítima, a filha do réu, uma amiga de Lediane e um investigador da Polícia Civil. O próprio acusado também prestou depoimento. A promotora de Justiça, Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes, conduziu a acusação, chamando Wendel de “feminicida covarde” e exibindo o vídeo em que ele esfaqueia a noiva dentro da casa dela, usado tanto na abertura quanto no encerramento de sua fala.

Na defesa, a advogada Tatiane Ferreira contestou a qualificadora de motivo torpe, alegando que o ciúme não poderia ser considerado dessa forma. Ainda assim, o Conselho de Sentença acolheu todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público.Ao final, a promotora destacou que o julgamento representa uma mensagem clara contra a violência de gênero: “A justiça foi realizada e fica um recado para a sociedade de Peixoto de Azevedo, para Mato Grosso e para o Brasil de que não aceitaremos crimes de feminicídio ou qualquer violência doméstica contra a mulher”.A família da vítima acompanhou o julgamento. A irmã de Lediane, Osmilda Albuquerque, agradeceu à Justiça e disse que a pena, embora dolorosa, trouxe algum alívio: “Foi muito difícil assistir às imagens, mas agradecemos a Deus pela força de estar aqui. Queríamos uma condenação ainda maior, mas sabemos que, com 31 anos e seis meses, ele só sairá da cadeia aos 70 anos. Isso já é uma vitória”.Osmilda também defendeu a memória da irmã, criticando o réu por tentar desqualificá-la em juízo: “Lediane era uma pessoa bondosa e maravilhosa, conhecida e respeitada em Peixoto. Não digo isso porque era minha irmã, mas porque todos que a conheceram sabem da sua generosidade”.

MTFatos

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