Atirador foi identificado como Tyler Robinson, de 22 anos; um familiar entregou o jovem após reconhecê-lo em imagens divulgadas pelo FBI

O suspeito de atirar e matar o influenciador de extrema-direita Charlie Kirk foi preso nesta sexta-feira (12). A informação, divulgada inicialmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi confirmada em uma entrevista do governador de Utah, Spencer Cox, para a imprensa. As buscas pelo atirador, identificado como Tyler Robinson, de 22 anos, duraram 33 horas.
“Nós o pegamos. Na noite de 11 de setembro, um familiar de Tyler Robinson entrou em contato com um amigo da família, que contatou o Gabinete do Xerife do Condado de Washington. Robinson havia confessado ou insinuado que havia cometido o crime”, disse o governador.
Um familiar entregou o jovem após reconhecê-lo nas imagens divulgadas pelo FBI pelo nesta quinta-feira (11). O departamento divulgou fotos de uma “pessoa de interesse” e imagens de câmeras de segurança que mostraram o atirador pulando do telhado de um prédio da universidade, logo após o disparo, e fugindo. Cox agradeceu aos familiares do suspeito e disse que eles “fizeram a coisa certa” ao entregarem ele à polícia.

Ainda segundo o governador, um membro da família disse aos investigadores que Robinson se tornou mais político recentemente. Em um jantar com parentes, o jovem teria mencionado a ida de Charlie Kirk a Utah e dito que o ativista “estava cheio de ódio e espalhando ódio”.
Cox também afirmou que a polícia encontrou estojos de munição e a possível arma do crime em uma área arborizada perto da universidade. Nas balas, o atirador teria escrito frases como “Ei, fascista! Pegue!” e “Bella Ciao” – essa última um hino da resistência antifascista italiana e da liberdade.
Quem era Charlie Kirk

O influenciador e ativista de extrema-direita Charlie Kirk, que morreu aos 31 anos, na quarta-feira (10), após ser baleado em um evento em uma universidade em Utah, nos Estados Unidos, defendeu o direito de americanos portarem armas, mesmo que isso custasse vidas. Ele participava de um evento na Utah Valley University e discursava para uma multidão quando foi atingido no pescoço.
O grupo de Kirk, a Turning Point USA, era dedicado a promover causas conservadoras em campi universitários e estava presente em cerca de 3.500 instituições de ensino em todos os 50 estados do país.
Além de empreendedor e ativista, Kirk era também influenciador digital com 14 milhões de seguidores em suas redes e foi considerado peça fundamental na mobilização de jovens na segunda eleição do presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Kirk é considerado um rosto do movimento “Make America Great Again (MAGA)” (Torne a América Grande Novamente, em português). Ele tem até um livro publicado sobre o assunto, o “The MAGA Doctrine” (“A Doutrina MAGA”).
Em 5 de abril de 2023, ele afirmou acreditar que “vale a pena o custo de mortes por armas de fogo para que possamos ter a Segunda Emenda”. A Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos protege o direito da população e dos policiais de garantia a legítima defesa.
“Deveríamos ter uma visão reducionista honesta e clara da violência armada, mas não deveríamos ter uma utopia. Você nunca viverá em uma sociedade com cidadãos armados e não terá uma única morte por arma de fogo. Isso não faz sentido”, disse Kirk, em evento organizado pela TPUSA Faith, o braço religioso do grupo conservador de Kirk.
“Mas acho que vale a pena. Acho que vale a pena ter o custo de, infelizmente, algumas mortes por arma de fogo todos os anos para que possamos ter a Segunda Emenda para proteger nossos outros direitos dados por Deus. Esse é um acordo prudente. É racional”, acrescentou.