25 de ago de 2025
07:16

Janaina cita que indígenas são usados como “massa de manobra” por ONGs

Indígenas de MT protestam contra marco temporal e ferrovias Ferrogrão e FICO

A deputada estadual Janaina Riva (MDB) afirmou, nesta quinta-feira (14), que o protesto realizado por indígenas em frente ao Seminário Justiça Territorial, promovido pela Aprosoja-MT e pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), é legítimo. No entanto, a parlamentar disse acreditar que parte da mobilização pode estar sendo influenciada por ONGs estrangeiras contrárias ao agronegócio brasileiro.

Os manifestantes criticam a defesa do marco temporal e da PEC 24/2025 por parte dos organizadores do evento, além do avanço da soja e de grandes projetos de infraestrutura, como as ferrovias Ferrogrão e FICO. Segundo eles, essas iniciativas ameaçam territórios indígenas, áreas de preservação ambiental e a segurança alimentar no país.

“É um movimento legítimo, que tem representantes indígenas, mas a impressão que nós temos, olhando de fora, é que geralmente eles são usados como massa de manobra daqueles que têm interesse em barrar a produção brasileira. São as ONGs, são aqueles que estão por trás de todos esses movimentos. Porque, em grande parte do Estado, quero registrar aqui, os indígenas são parceiros do desenvolvimento”, declarou Janaina ao chegar ao evento.

A deputada ressaltou que há indígenas favoráveis à construção da Ferrogrão, defendendo que o empreendimento trará mais qualidade de vida para as aldeias impactadas.

“Você vê placa contra a Ferrogrão, mas quando vai in loco, percebe que o indígena que está ali quer que a ferrovia aconteça. Enfrentamos isso também na pavimentação da antiga BR-174, hoje MT-170, quando indígenas participaram de manifestações apoiando a obra. É mais qualidade de vida para eles também”, disse.

Janaina afirmou ainda que é essencial que a classe política conheça de perto a realidade das comunidades indígenas de Mato Grosso, citando como exemplo os Paresi, de Tangará da Serra, que produzem soja em suas terras e vivem da atividade.

“Tenho plena convicção de que o caminho para os nossos indígenas é oferecer condições financeiras para que possam ter uma vida mais digna. A produção, combinada a isso, é o caminho”, concluiu.

Segundo a Aprosoja-MT e AMM, o objetivo do seminário é promover um debate técnico e qualificado sobre a Lei do Marco Temporal (Lei 14.701/2023) e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 24/2025, que transfere ao Congresso Nacional a competência para criação de áreas de preservação ambiental e demarcação de terras indígenas.

As entidades destacam que pelo menos 22 municípios de Mato Grosso podem ser impactados com novas demarcações. Neste sentido, afirmam que a situação compromete não apenas a gestão municipal, mas também o direito à propriedade e o planejamento de políticas públicas.

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