Em uma reunião decisiva realizada nesta quarta-feira (10) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), autoridades políticas, jurídicas e do setor da saúde defenderam a necessidade urgente de leiloar o prédio da antiga Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, desativada desde 2019.
O encontro contou com a presença do presidente do TRT de Mato Grosso, desembargador Edson Bueno, além de representantes da Assembleia Legislativa, da Prefeitura de Cuiabá e do Ministério Público do Trabalho. O objetivo foi discutir soluções concretas para o impasse que envolve o imóvel, que acumula dívidas trabalhistas, deterioração estrutural e abandono.
Leilão como única saída
A proposta de leiloar o prédio foi recebida com consenso entre os participantes como medida emergencial para pôr fim a uma situação que se arrasta há anos. O recurso obtido com a venda do imóvel deve ser utilizado para quitar débitos trabalhistas de ex-funcionários e permitir que a área, hoje inutilizada, volte a ter função social.
“Chegamos ao limite. A Santa Casa, que já foi referência em saúde, hoje é um símbolo de descaso. O leilão é uma medida de justiça com quem trabalhou lá e de respeito com Cuiabá”, disse um dos representantes do MPT.
Patrimônio histórico e drama humano
Apesar do peso histórico do prédio, as autoridades foram unânimes em afirmar que o valor simbólico não pode sobrepor o drama dos trabalhadores que aguardam seus direitos há mais de cinco anos. Ao todo, estima-se que as dívidas ultrapassem R$ 30 milhões.
A proposta também é vista como forma de requalificar a região central da capital. “Não podemos permitir que um espaço nobre da cidade continue servindo de abrigo para o abandono”, afirmou um deputado estadual presente na reunião.
Próximos passos
O TRT deve publicar nas próximas semanas a decisão final sobre o leilão, após concluir a avaliação do imóvel e definir as condições da venda. A expectativa é de que o processo ocorra ainda neste segundo semestre.
