26 de ago de 2025
05:46

Defesa de PM preso por feminicídio pede avaliação psiquiátrica e instauração de incidente de insanidade mental

Da redação

A defesa do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, preso desde 26 de maio deste ano acusado de matar a esposa, Gabrielli Daniel de Sousa, com um tiro na cabeça, protocolou um pedido de instauração de incidente de insanidade mental. Segundo os advogados, o militar apresenta um histórico clínico extenso de transtornos psiquiátricos graves e contínuos, com diversos atestados médicos que comprovariam sua condição de saúde mental comprometida.

De acordo com a defesa, Ricker teria sido diagnosticado em 25 de março de 2023 com transtorno delirante específico por um psiquiatra, que recomendou o afastamento de 30 dias das funções e a retirada de sua arma funcional. Dois dias depois, em 27 de março, ele passou por atendimento psicológico e foi identificado um quadro depressivo grave, além de transtornos delirantes persistentes. O documento também menciona dificuldades de adaptação ao ambiente militar e agravamento do quadro clínico.

Em 24 de abril do mesmo ano, outro atestado determinou afastamento de 60 dias, com nova recomendação de desarmamento. Posteriormente, em 31 de outubro, Ricker foi novamente afastado por mais 60 dias, desta vez por transtorno delirante e reação aguda ao estresse. Já em 23 de dezembro, um novo laudo indicou um episódio depressivo sem sintomas psicóticos, com prescrição de medicamentos e mais 90 dias de licença.

O histórico médico do policial seguiu com sucessivos afastamentos ao longo de 2024 e 2025. O último atestado, datado de 17 de março de 2025, determinou novo afastamento de 90 dias. Em 9 de abril, o Comando-Geral da PM concedeu licença oficial a Ricker para tratamento de saúde, válida até 15 de maio. Apenas dez dias após o fim da licença, no dia 25 de maio, ele atirou contra a esposa na residência do casal.

No pedido enviado à Justiça, a defesa afirma que “todo esse histórico médico comprova a persistência e a gravidade dos transtornos mentais que acometem o requerente, com múltiplos afastamentos laborais, diagnósticos reiterados de transtorno delirante específico, episódio depressivo grave e reações agudas ao estresse, além de reiteradas recomendações de desarmamento, evidenciando risco tanto para si quanto para terceiros”.

A defesa solicita que peritos especializados avaliem se o policial era, no momento do crime, capaz de compreender o caráter ilícito de sua conduta, o que poderia torná-lo inimputável. O pedido agora aguarda análise judicial.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress