05 de jul de 2025
05:04

Mato Grosso bate novo recorde e deve colher 101,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25

Da redação

O estado de Mato Grosso deve alcançar uma safra histórica de grãos em 2024/2025, com estimativa de 101,5 milhões de toneladas, segundo o 7º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um novo recorde de produção, superando pela primeira vez a marca de 100 milhões de toneladas atingida na temporada anterior.

Com um crescimento de 9% na produção estadual, Mato Grosso será responsável por aproximadamente um terço da safra nacional, que também deve atingir um patamar inédito de 330,3 milhões de toneladas.

Principal cultura do estado, a soja lidera o avanço da produção. A colheita já chegou a 99,5% da área plantada, com produtividade média de 3.897 quilos por hectare — a maior já registrada no estado, representando um salto de 22,6% em relação ao ciclo anterior. Com isso, a produção de soja deve alcançar 49,6 milhões de toneladas, 26,1% acima do volume colhido em 2023, mesmo com um aumento modesto de 2,9% na área cultivada.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, atribui o desempenho ao investimento em tecnologia por parte dos produtores. “A produção de grãos saltou de 93,1 milhões para 101,5 milhões de toneladas, a produtividade cresceu 6,7% e a área plantada teve acréscimo de 470 mil hectares em um universo de 22,1 milhões de área agricultável”, disse. Ele destacou ainda o potencial de expansão sustentável, com 10 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser convertidas em áreas agrícolas.

Além da soja, outras culturas também registram bons resultados. A produção de algodão (caroço + pluma) deve atingir 6,5 milhões de toneladas, alta de 1,7% em relação ao ciclo anterior, garantindo ao estado 69,3% da produção nacional. Já o arroz sequeiro deve alcançar 408,4 mil toneladas (alta de 21%), mantendo Mato Grosso na liderança da modalidade com 40,7% de participação.

A produção de feijão está estimada em 329,9 mil toneladas, o que pode colocar o estado na terceira posição nacional, ultrapassando a Bahia. Mato Grosso também lidera a produção de gergelim, com 219,3 mil toneladas e 65,9% de participação nacional, apesar de uma queda de 10,9%.

A única retração mais expressiva ocorre no milho, cuja produção está estimada em 46,8 milhões de toneladas — queda de 4% em relação ao ciclo anterior. O motivo é o atraso no calendário de plantio da soja, que comprometeu a janela ideal do milho segunda safra. Ainda assim, o estado permanece como o maior produtor nacional do cereal, respondendo por 37,5% da produção brasileira.

O coordenador do Centro de Dados Econômicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Data Hub), Vinicius Hideki, destacou que os resultados reafirmam a liderança de Mato Grosso na produção de grãos no país. “O estado combina volume, produtividade e investimentos em infraestrutura para manter a competitividade do agronegócio mato-grossense no cenário nacional e internacional”, afirmou.

Entre os investimentos em infraestrutura citados pelo governo estadual estão a duplicação da BR-163, a recuperação da MT-170 e a construção da primeira ferrovia estadual do Brasil, que devem melhorar significativamente o escoamento da produção.

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